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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Repercussões na imprensa do lançamento do Manifesto em Defesa da UENF: Blog do Esdras no Jornal Folha da Manhã

Direção da Uenf é acusada de destruí-la e envergonhar comunidade acadêmica

Por Esdras 


Em manifesto divulgado ontem, assinado por dezenas de professores Doutores da Uenf, a direção da universidade é acusada de destruir os pilares da instituição, demolindo o modelo implantado por Darcy Ribeiro. No documento, os docentes lembra que a reitoria responde a graves denúncias por uso indevido de verbas públicas, nepotismo, aquisições obscuras de equipamentos e obras milionárias inacabadas no Campus. Leia abaixo o manifesto na íntegra e confira a a extensa lista dos professores que assinaram até ontem. A cada hora a lista vem recebendo adesões e crescendo em ritmo acelerado.


Manifesto em Defesa da  Universidade Estadual do Norte Fluminense – Darcy Ribeiro (UENF)

A UENF vem sendo destruída por um grupo que parece mais interessado em se perpetuar no poder do que gerir corretamente a instituição. Recente matéria jornalística veiculando uma investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro acerca de graves denúncias de “usos indevidos de verbas públicas” (27/10/13, JB online[1]), veio juntar-se a denúncias anteriores sobre nepotismo, aquisições obscuras de equipamentos e obras milionárias inacabadas no Campus. Tudo isso macula a trajetória de 20 anos da nossa Universidade, eclipsa suas memoráveis conquistas na pesquisa científica e na formação de novos quadros profissionais, constrangendo e envergonhando a comunidade acadêmica. Este ambiente de destruição implantou-se apenas nos últimos seis anos, nas duas últimas administrações; nunca antes houvera nem mesmo suspeitas de posturas tão nocivas.

O modelo sob o qual a UENF foi criada, guiado pelos ideais da modernidade, da inovação e da originalidade, encontra-se ameaçado por ações que nos lançam num clima de extrema instabilidade. A história de sucesso da UENF deve-se principalmente ao fato da instituição ter permanecido com 100% do seu corpo docente com doutorado, trabalhando em regime de Dedicação Exclusiva, além de um corpo técnico altamente qualificado, com formação e especialização (mestrado, doutorado ou experiência acadêmica compatível). Essa história está prestes a perder o rumo porque os Colegiados da UENF deixaram de cumprir suas funções estatutárias. Recentemente, em uma única sessão do Conselho Universitário, sem a devida instrução processual, a Reitoria impôs a aprovação do fim desse modelo vitorioso, instituindo um desnecessário regime de 20 horas para professores associados e titulares que desobedece a vontade da maioria. Essa ação afronta os protocolos regimentais e compromete o futuro da instituição, ao precarizar as relações de trabalho sem qualquer debate prévio no seio da comunidade acadêmica.

A essa investida contra o modelo pensado por Darcy Ribeiro somam-se outros desmandos da administração superior. O exemplo do Colegiado Executivo (COLEX) é dos mais graves. Embora oCOLEX, pelo Regimento Geral, deva funcionar apenas como um órgão estritamente operacional e não deliberativo, vem extrapolando suas funções regimentais, ignorando e ultrapassando as decisões dos Colegiados Superiores, tais como o Conselho Universitário e o Colegiado Acadêmico – principais instâncias responsáveis por decidir e deliberar sobre assuntos acadêmicos e administrativos. O COLEXtem interferido diretamente na submissão e na aceitação de projetos de pesquisa, além de centralizar os recursos financeiros e ocupar ao seu bel prazer o espaço interno da instituição, sem qualquer transparência para a comunidade.

A atual administração da UENF prima pela falta de transparência na aplicação dos recursos financeiros, pratica uma política de cooptação clientelista que não valoriza o mérito acadêmico, privilegia o crescimento desordenado e sem critérios racionais, promove regalias administrativas para os “alinhados”, acabando por reproduzir, enfim, os mesmos métodos políticos de que o Brasil quer definitivamente se ver livre.

É necessário manifestar-nos contra esta nova edição de populismo que vem destruindo a nossa Universidade. BASTA de sermos cúmplices pelo silêncio. A UENF não pode permanecer nas mãos de um grupo que a está levando à ruína. A UENF é de todos nós! A hora de defender a UENF é agora!

Campos dos Goytacazes, 07 de Janeiro de 2014.

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