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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Repercussões na imprensa do lançamento do Manifesto em Defesa da UENF (3): Site Viu! Online

Manifesto de professores denuncia corrupção na Uenf

A Universidade Estadual do Norte Fluminense é um ninho de corrupção e regalias. Não é por acaso que a reitoria está sendo investigada pelo Ministério Público, que apura denúncias de mal uso de recursos públicos, obras superfaturadas, nepotismo e pagamento irregulares de diárias.
O campus desta instituição que já foi um conjunto arquitetônico desenhado por Oscar Niemeyer atualmente ganhou “puxadidinhos” que custaram uma exorbitância. Um quiosque, por exemplo, foi construído no campus ao custo de R$ 275 mil, fora os aditivos que encareceram a obra. Outro quiosque com o mesmo tamanho e que foi licitado no mesmo dia custou ainda mais caro. Sem contar “bandejão”, outra obra milionária e inconclusa.
Esposa e filhos de reitores conseguiram ingressar no corpo de funcionários efetivos desta instituição por meio de concursos controversos, que deixam a comunidade acadêmica assombrada com tamanha desfaçatez.
O modelo de uma universidade do terceiro milênio idealizada pelo educador Darcy Ribeiro deu lugar às práticas clientelista, nepotismo e corrupção que permeiam a política regional. Ou seja, a Uenf foi contaminada pelos mesmos vícios que ao longo dos anos alguns de seus reitores que hoje são investigados gostavam de denunciar por meio de artigos em jornais locais.
Diante dos indícios que saltam aos olhos e que já foram temas de reportagens, o que espanta não é tanta a audácia dos suspeitos, mas a letargia dos órgãos de controle externo. A comunidade acadêmica demonstra cansaço diante da omissão e da insistência dessas práticas nefandas. Já circula na internet um manifesto em Defesa da Uenf assinado por 58 professores da instituição. O documento é um bisturi que corta o tumor. Leia:

Manifesto em Defesa da

Universidade Estadual do Norte Fluminense – Darcy Ribeiro (UENF)
UENF vem sendo destruída por um grupo que parece mais interessado em se perpetuar no poder do que gerir corretamente a instituição. Recente matéria jornalística veiculando uma investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro acerca de graves denúncias de “usos indevidos de verbas públicas” (27/10/13, JB online[1]), veio juntar-se a denúncias anteriores sobre nepotismo, aquisições obscuras de equipamentos e obras milionárias inacabadas no Campus. Tudo isso macula a trajetória de 20 anos da nossa Universidade, eclipsa suas memoráveis conquistas na pesquisa científica e na formação de novos quadros profissionais, constrangendo e envergonhando a comunidade acadêmica. Este ambiente de destruição implantou-se apenas nos últimos seis anos, nas duas últimas administrações; nunca antes houvera nem mesmo suspeitas de posturas tão nocivas.
O modelo sob o qual a UENF foi criada, guiado pelos ideais da modernidade, da inovação e da originalidade, encontra-se ameaçado por ações que nos lançam num clima de extrema instabilidade. A história de sucesso da UENF deve-se principalmente ao fato da instituição ter permanecido com 100% do seu corpo docente com doutorado, trabalhando em regime de Dedicação Exclusiva, além de um corpo técnico altamente qualificado, com formação e especialização (mestrado, doutorado ou experiência acadêmica compatível). Essa história está prestes a perder o rumo porque os Colegiados da UENF deixaram de cumprir suas funções estatutárias. Recentemente, em uma única sessão do Conselho Universitário, sem a devida instrução processual, a Reitoria impôs a aprovação do fim desse modelo vitorioso, instituindo um desnecessário regime de 20 horas para professores associados e titulares que desobedece a vontade da maioria. Essa ação afronta os protocolos regimentais e compromete o futuro da instituição, ao precarizar as relações de trabalho sem qualquer debate prévio no seio da comunidade acadêmica.
A essa investida contra o modelo pensado por Darcy Ribeiro somam-se outros desmandos da administração superior. O exemplo do Colegiado Executivo (COLEX) é dos mais graves. Embora oCOLEX, pelo Regimento Geral, deva funcionar apenas como um órgão estritamente operacional e não deliberativo, vem extrapolando suas funções regimentais, ignorando e ultrapassando as decisões dos Colegiados Superiores, tais como o Conselho Universitário e o Colegiado Acadêmico – principais instâncias responsáveis por decidir e deliberar sobre assuntos acadêmicos e administrativos. O COLEX tem interferido diretamente na submissão e na aceitação de projetos de pesquisa, além de centralizar os recursos financeiros e ocupar ao seu bel prazer o espaço interno da instituição, sem qualquer transparência para a comunidade.
A atual administração da UENF prima pela falta de transparência na aplicação dos recursos financeiros, pratica uma política de cooptação clientelista que não valoriza o mérito acadêmico, privilegia o crescimento desordenado e sem critérios racionais, promove regalias administrativas para os “alinhados”, acabando por reproduzir, enfim, os mesmos métodos políticos de que o Brasil quer definitivamente se ver livre.
É necessário manifestar-nos contra esta nova edição de populismo que vem destruindo a nossa Universidade. BASTA de sermos cúmplices pelo silêncio. A UENF não pode permanecer nas mãos de um grupo que a está levando à ruína. A UENF é de todos nós! A hora de defender a UENF é agora!
Campos dos Goytacazes, 07 de Janeiro de 2014.

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