A UENF vem sendo destruída por um grupo
que parece mais interessado em se perpetuar no poder do que gerir corretamente
a instituição. Recente matéria jornalística veiculando uma investigação do
Ministério Público do Rio de Janeiro acerca de graves denúncias de “usos
indevidos de verbas públicas” (27/10/13,
JB online[1]),
veio juntar-se a denúncias anteriores sobre nepotismo, aquisições obscuras de
equipamentos e obras milionárias inacabadas no Campus. Tudo isso macula a
trajetória de 20 anos da nossa Universidade, eclipsa suas memoráveis conquistas
na pesquisa científica e na formação de novos quadros profissionais, constrangendo
e envergonhando a comunidade acadêmica. Este ambiente de destruição
implantou-se apenas nos últimos seis anos, nas duas últimas administrações; nunca
antes houvera nem mesmo suspeitas de posturas tão nocivas.
O modelo sob o qual a UENF
foi criada, guiado pelos ideais da modernidade, da inovação e da originalidade,
encontra-se ameaçado por ações que nos lançam num clima de extrema
instabilidade. A história de sucesso da UENF
deve-se principalmente ao fato da instituição ter permanecido com 100% do seu
corpo docente com doutorado, trabalhando em regime de Dedicação Exclusiva, além
de um corpo técnico altamente qualificado, com formação e especialização
(mestrado, doutorado ou experiência acadêmica compatível). Essa história está
prestes a perder o rumo porque os Colegiados da UENF deixaram de cumprir suas
funções estatutárias. Recentemente, em uma única sessão do Conselho
Universitário, sem a devida instrução processual, a Reitoria impôs a aprovação do
fim desse modelo vitorioso, instituindo um desnecessário regime de 20 horas
para professores associados e titulares que desobedece a vontade da maioria. Essa
ação afronta os protocolos regimentais e compromete o futuro da instituição, ao
precarizar as relações de trabalho sem
qualquer debate prévio no seio da comunidade acadêmica.
A essa investida contra o modelo pensado por Darcy Ribeiro
somam-se outros desmandos da administração superior. O exemplo do Colegiado
Executivo (COLEX) é dos mais graves.
Embora o COLEX, pelo Regimento Geral,
deva funcionar apenas como um órgão estritamente operacional e não deliberativo,
vem extrapolando suas funções regimentais, ignorando e ultrapassando as
decisões dos Colegiados Superiores, tais como o Conselho Universitário e o
Colegiado Acadêmico – principais instâncias responsáveis por decidir e deliberar
sobre assuntos acadêmicos e administrativos. O COLEX tem interferido diretamente na
submissão e na aceitação de projetos de pesquisa, além de centralizar os
recursos financeiros e ocupar ao seu bel prazer o espaço interno da
instituição, sem qualquer transparência para a comunidade.
A atual
administração da UENF prima pela
falta de transparência na aplicação dos recursos financeiros, pratica uma
política de cooptação clientelista que não valoriza o mérito acadêmico, privilegia
o crescimento desordenado e sem critérios racionais, promove regalias administrativas
para os “alinhados”, acabando por reproduzir, enfim, os mesmos métodos
políticos de que o Brasil quer definitivamente se ver livre.
É necessário manifestar-nos
contra esta nova edição de populismo que vem destruindo a nossa Universidade. BASTA de sermos cúmplices pelo
silêncio. A UENF não pode permanecer
nas mãos de um grupo que a está levando à ruína. A UENF é de todos nós! A hora de defender a UENF é agora!
Campos dos
Goytacazes, 07 de Janeiro de 2014.
DOCENTES DA UENF QUE ASSINAM ESTE MANIFESTO:
Carlos
Eduardo Rezende,LCA/CBB/UENF
José
Arica, LEPROD/CCT/UENF
Paula
Mousinho Martins, LCL/CCH/UENF
Telma
N.S. Pereira, LMGV/CCTA/UENF
Álvaro Ramon C. Ovalle, LCA/CBB/UENF
Ana
Maria S. de Senna, LCMAT/CCT/UENF
Ana
Paula Madeira Di Beneditto, LCA/CBB/UENF
Arlete
Parrilha Sendra, LCL/CCH/UENF
Ausberto
Castro Vera, LCMAT/CCT/UENF
Carlos
Eduardo V. Carvalho, LCA/CBB/UENF
Carlos
Eduardo B. de Sousa, LEEL/CCH/UENF
Carlos
Eduardo N. Gatts, LCFIS/CCT/UENF
Cristina
Maria M. Souza, LCA/CBB/UENF
Denise
Ribeiro dos Santos, LCFIS/CCT/UENF
Dora
Vilela José, LCA/CBB/UENF
Elba
O. Bravo Asenjo, LCMAT/CCT/UENF
Fábio
L. Olivares, LBCT/CBB/UENF
Fermín A.Tang, LCMAT/CCT/UENF
Fernando
Luna de Oliveira, LCQUI/CCT/UENF
Geraldo
Galdino, LEPROD/CCT/UENF
Geraldo
Timóteo, LEEA/CCH/UENF
Giovane
do Nascimento, LEEL/CCH/UENF
Gudélia
Morales de Arica, LEPROD/CCT/UENF
Gustavo
L. Rezende, LQFPP/CBB/UENF
Jorge
H. Fernandez, LQFPP/CBB/UENF
Juraci
Aparecido Sampaio, LCFIS/CCT/UENF
Leandro
Rabello Monteiro, LCA/CBB/UENF
Leonardo
Rogério Miguel, LCL/CCH/UENF
Liliana
A. León Mescua, LCMAT/CCT/UENF
Luciane
Soares da Silva, LESCE/CCH/UENF
Luís
Passoni, LCQUI/CCT/UENF
Magali
Hoffmann, LEF/CCTA/UENF
Marcelo
C. Gantos, LEEA/CCH/UENF
Marcelo
Shoey de O. Massunaga, LCFIS/CCT/UENF
Marcelo
T. do Nascimento, LCA/CBB/UENF
Marcos
A. Pedlowski, LEEA/CCH/UENF
Maria
Clareth G. Reis, LEEL/CCH/UENF
Maria
Cristina Canela, LCQUI/CCT/UENF
Maria
Cristina Gaglianone, LCA/CBB/UENF
Maria
Priscila Pessanha de Castro, LCFIS/CCT/UENF
Maria
Raquel Garcia Vega, LCQUI/CCT/UENF
Marília
Paixão Linhares, LCFIS/CCT/UENF
Marina
S. Suzuki, LCA/CBB/UENF
Messias
G. Pereira, LMGV/CCTA/UENF
Niraldo
J. Ponciano, LEAG/CCTA/UENF
Paulo
César Beggio, LCMAT/CCT/UENF
Paulo
Marcelo de Souza, LEAG/CCTA/UENF
Renata
Maldonado da Silva, LEEL/CCH/UENF
Roberto
Weider de Assis Franco, LCFIS/CCT/UENF
Rosana
Rodrigues, LMGV/CCTA/UENF
Sérgio
Luis Cardoso, LCQUI/CCT/UENF
Silvia
A. Martinez, LEEL/CCH/UENF
Simonne
Teixeira, LEEA/CCH/UENF
Teresa
Peixoto Faria, LEEA/CCH/UENF
Thiago
Venâncio, LQFPP/CBB/UENF
Valdirene
M. Gomes, LFBM/CBB/UENF
Vitor
Peixoto, LESCE/CCH/UENF
Yrma
R. Huaroto, LCMAT/CCT/UENF
O manifesto fala na alta qualidade do ensino e da pesquisa na UENF. que estaria sendo manchada pela atual administração, e pela anterior. O interessante é que muitos dos signatários não têm participado da construção dessa reputação, pois têm currículos pífios e pesquisa insignificante. Alguns foram até excluídos dos seus programas de pós-graduação por não terem o mínimo de publicações exigido pela Capes!
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